Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Arca de Darwin

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

"Look deep into nature, and then you will understand everything better", Albert Einstein

Arca de Darwin

21
Dez14

Aves fogem de tornado um dia antes de ele chegar

Arca de Darwin
Como por vezes acontece na ciência, a descoberta deu-se por acaso. Para estudar as rotas migratórias da felosa-de-asas-douradas (golden-winged warblers), Henry Streby e os seus colegas da Universidade da Califórnia, EUA, colocaram um geo-localizador de 0,5 gramas nas costas de 20 destas aves (que pesam cerca de 9 gramas). Depois de passarem o Inverno no Sul, as felosas viajaram mais de 2.400 km até à sua área de reprodução nas Montanhas Apalaches. Até aqui tudo bem. No entanto, quando os investigadores analisaram os dados depararam-se com uma inesperada nova migração: depois de regressadas, as aves deram uma voltinha de mais de 1.500 km durante 5 dias.golden-winged warbler

Felosa-de-asas-douradas (Vermivora chrysoptera). Foto: Walt Ford, U.S. Fish and Wildlife Service

O "passeio" coincidiu com a chegada de uma super-tempestade que, em Abril deste ano, originou 84 tornados e matou 35 pessoas. As felosas "fugiram" mais de 24 horas antes da chegada da tempestade, quando esta ainda estava a distâncias que variavam entre os 400 km e os 900 km (dependendo da ave). Como é que sabiam que a tempestade aí vinha? Num artigo publicado esta semana na Current Biology, Streby e colegas explicam que provavelmente ouviram os infra-sons produzidos pelos tornados e que se propagam a cerca de 1.000 km de distância.
27
Nov14

35 ºC, chuva e vento forte

Arca de Darwin

O Instituto de Meteorologia cá do sítio avisou que ontem estariam 35 ºC e que haveria chuva e vento forte. Há pelo menos duas precauções a ter numa situação destas: sair de casa com o guarda-chuva; não abrir o guarda-chuva quando o vento soprar mais forte.

perth storm 1

Até ao início da tarde o vento esteve calmo. Alguma trovoada e, aqui e ali, uns chuviscos. Cheguei ao centro de Perth por volta das 16 horas, mas a luminosidade era equivalente à do anoitecer devido às nuvens cinzentas que cobriam o céu. Por esta altura estava tudo mais ou menos tranquilo, e a temperatura ainda convidava a comer um gelado.

perth storm 2 perth storm 3 perth storm 4 perth storm 5

O vento começou de repente. Começou forte e trouxe a chuva, mesmo na hora em que a maioria dos habitantes termina o dia de trabalho. Primeira reacção? Correr.

perth storm 6

perth storm 8 perth storm 9 perth storm a 10 perth storm a 11 perth storm a 12

Entre os que corriam houve quem, previdente, optasse por abrir o guarda-chuva. Má ideia... O traçado das ruas no centro de Perth é geométrico. Os guarda-chuvas apenas resistiam alguns minutos, até entrarem numa rua virada a norte.

perth storm a 13 perth storm a 14 perth storm a 15 perth storm a 16 perth storm a 17 perth storm a 18 perth storm a 19 perth storm b 20 perth storm b 21 perth storm b 22 perth storm b 23 perth storm b 24

Aos poucos, os molhados humanos lá se foram convencendo de que nada havia a fazer. Uns sorriam, outros nem por isso, outros ainda tiritavam de frio.

perth storm b 25 perth storm b 26 perth storm b 27 perth storm b 28 perth storm b 29 perth storm c 30 perth storm c 31 perth storm c 32 perth storm c 33 perth storm c 34 perth storm c 35

21
Jan13

Gigantes caídos

Arca de Darwin
Um morto, 21 feridos e 46 desalojados é o pior balanço da tempestade do fim-de-semana, e ainda há populações ainda sem água e sem electricidade. (Hoje o mau tempo continuou junto ao mar, com previsão de ondas de 7 metros, e seis distritos estão em alerta vermelho: Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Porto e Viana do Castelo).Tudo por causa da chuva e, principalmente, do vento, da deslocação do ar. Não foi uma normal deslocação de ar, é certo. Os meteorologistas chamam-lhe “ciclogénese explosiva”, caracterizada por pressões muito baixas, capazes de provocar vento superior a 130 km/h e subida do nível médio do mar.

O efeito nas árvores está à vista um pouco por todo o país. Em Sintra, cerca de 2.000 árvores – algumas com mais de 100 anos – foram arrancadas do solo, fazendo desta borrasca “a maior catástrofe natural dos últimos 50 anos”.Ontem, em Benfica, sobre um manto de chuva intensa, o jardim Silva Porto era uma visão desoladora, quase fantasmagórica, . Por todo o lado árvores tombadas impediam a circulação nos caminhos atapetados por ramos e folhas.

Um imponente eucalipto destaca-se, solidamente vertical, na curva de um passeio. A imagem desta árvore amplifica o espanto de encontrar, alguns metros a baixo, uma criatura semelhante caída por terra. 

Junto a ele, uma pequena criatura resistiu ao temporal, lembrando-nos de que nem sempre sobrevivem os mais fortes, mas os mais bem adaptados, ou os mais sortudos, 

ou os que se agarram à vida com unhas e dentes. 

Os ramos derrubados são infeliz oportunidade para aceder a coisas habitualmente longe da vista: o interior de um ninho laboriosamente edificado; 

o debruado pormenor de um fungo arborícola. 

O interior de muitos troncos também está exposto à curiosidade humana. A madeira está completamente estraçalhada. Aqui, os anéis de crescimento que conhecemos de cortes limpos parecem uma impossibilidade.Incontáveis folhas, ramos e raminhos também estão fora do sítio, mas brilham ainda viçosos, polidos pela chuva persistente.Estranhamente, há algo fascinante nestes gigantes caídos. Será porque traduzem a força improvável do vento, que numa noite derruba o que demorou dezenas ou centenas de anos a crescer? Será pela diferente perspectiva que deles temos? Ou também haverá beleza na destruição?

20
Jan13

Depois da tempestade

Arca de Darwin

There should be sunshine after rain, This things have always been the same”. Why Worry, Dire Straits

Ontem, final da tarde. O temporal que assolou o país começa a dar tréguas. Na marginal de Oeiras o céu muda de cor a cada instante, e o Sol, constantemente tapado pelas nuvens, indicia a sua presença.

O vento já não atinge as velocidades da noite e manhã anteriores, mas ainda é suficientemente forte para prolongar as cristas das ondas por algumas dezenas de metros. 

O mar bravo atrai inúmeros surfistas que voam no meio das ondas, escondidos atrás de uma cortina de espuma e chuva. 

Num momento, céu, mar e areia unem-se numa mesma tonalidade.

Testemunhos da intempérie assistem à luta que o Sol trava com as nuvens...

... e que elas vencem.

Mais sobre mim

foto do autor

Siga-nos no Facebook

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D