O paradoxal telemóvel - Perspectivas
Estava a olhar para algumas fotos que tirei na rua e onde apenas aparecia uma pessoa. É certo que estar sozinho não é sinónimo de estar só. A expressão de alguém sentado num banco a comer um gelado ou a ler um livro raramente é de solidão. O mesmo já não se pode dizer de alguém com um telemóvel na mão. É quase paradoxal, mas a verdade é que o aparelho que nos liga a outros e ao mundo tem o dom de pintar os rostos com solidão. De todas as funcionalidades do telemóvel a única que parece imune a esta pintura é a velhinha chamada telefónica. Todas as outras - jogar, ouvir música, enviar e receber mensagens, pesquisar na net, etc. - são autênticos "entristecedores" de feições. Reuni algumas fotos desta "Urban solitude", como cantava Anouk.