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Lancelin é uma pequena vila piscatória, situada 127 km a Norte de Perth, Austrália Ocidental. A população de 600 habitantes mais que quadriplica nos meses de Verão.
Entre os vários atractivos contam-se a ilha de Lancelin, reserva natural habitada por várias espécies de aves e por leões marinhos e o vento forte que cria óptimas condições para a prática de kitesurf e windsurf.
Mas a vila também é famosa pelas enormes dunas que, afastadas algumas centenas de metros da linha de costa, estendem-se por mais de 2 km. São as maiores dunas da Austrália Ocidental.
As dunas servem de palco a diferentes desportos. Um deles é o sandboard. Quem quiser experimentar pode alugar as pranchas numa das lojas da vila. No dia em que visitei Lancelin o vento era tanto que mal se conseguia surfar na areia.
Os adeptos de desportos motorizados também rumam às dunas de Lancelin com os seus Jeeps e motas.
Mas mesmo quem não for em busca de adrenalina não dará o tempo por perdido: a vista no topo das dunas é deslumbrante: a Oeste vê-se a vila e a ilha; em qualquer outra direcção, um mar de branco, branco puro.
Mede cerca de 12 centímetros, mas tem um nome bastante comprido: South-western spiny-tailed gecko (Strophurus spinigerus), ou seja, osga-de-cauda-espinhosa-do-sudoeste. Além dos espinhos pretos de aspecto pré-histórico, a cauda possui outro peculiar mecanismo de defesa: poros que esguicham um líquido que, apesar de inofensivo, emana odor que intimida potenciais predadores.
Outro detalhe engraçado deste réptil é o laranja da íris que contrasta com o cinzento do corpo.
Vive em zonas dunares e em charnecas. Este indivíduo estava num muro junto ao centro de interpretação do Deserto dos Pináculos.
É uma das jóias da coroa do património natural da Austrália Ocidental. E é um lugar estranho, com características que ainda intrigam os cientistas que o estudam. Chama-se Pinnacles Desert (Deserto de Pináculos) e fica a cerca de 200 km a Norte de Perth, no Parque Nacional de Nambung, perto da vila de Cervantes.
Todos os anos cerca de 250.000 pessoas visitam as invulgares formações geológicas do parque.
Como é que os pináculos se formaram? A questão ainda está em aberto. Certo é que são compostos de calcário, proveniente dos pedaços de conchas depositados na linha da costa. Reduzidos a finos grãos de areia pela acção de agentes naturais, estas "conchas" e outros materiais provenientes dos rios foram então levados pelo vento para locais mais afastados da costa, formando dunas em locais mais ou menos inesperados.
De facto, durante a viagem de Perth para Cervantes, à medida que nos aproximamos do Parque Nacional de Nambung observamos enormes dunas de ambos os lados da estrada que corre paralela à linha de costa.
Há cerca de 500.000 anos (encontrei estimativas com valores mais baixos, mas este é o que figura no centro interpretativo do Pinnacles Desert) as areias viajaram da praia até ao interior onde formaram dunas. A água da chuva dissolveu o carbonato de cálcio proveniente das conchas, arrastando-o até à base das dunas. Depois de secar, recristalizou, formando calcário.
Entretanto uma camada de solo formou-se sobre as dunas, permitindo a existência de plantas. Aos poucos as raízes perfuraram o solo, depois a fina camada de duna, e finalmente alcançaram a espessa camada do macio calcário.
Há várias hipóteses sobre o que aconteceu a seguir, mas os pináculos resultarão da acumulação de materiais em torno dos canais criados pelas raízes.
Finalmente, a chuva e o vento intervieram novamente, arrastando solo e dunas, de maneira a expor os pináculos. O "tapa, destapa" terá ocorrido várias vezes ao longo dos milénios. A última terá sido há 6.000 anos.
Quaisquer que sejam os detalhes do processo geofísico, é fantástico olhar para os pináculos - alguns com mais de 4 metros de altura -, e saber que se formaram há milhares de anos por terem uma planta a crescer sobre eles.
Outro ilustre habitante da Penguin Island é o king's skink (lagarto do rei) - Egernia kingii -, réptil que mede até 55 centímetros de comprimento.
Existe em várias ilhas e zonas costeiras da Austrália Ocidental. Prefere locais com rochas onde se possa esconder.
Omnívoro, em locais como a Penguin Island suplementa a dieta de plantas, pequenos répteis e insectos com ovos de aves.
E também bebe água, como se vê pelo indivíduo em baixo que, com território na zona mais movimentada da ilha, ziguezagueva entre os humanos que se entrepunham entre ele e uma pequena poça.
Ilhas com praias paradisíacas e temperaturas que no Verão quase sempre ultrapassam os 30ºC. não é bem a ideia que temos do habitat de pinguins - a não ser que estejamos a falar de um filme da Dreamworks. Mas a verdade é que na Penguin Island vivem cerca de 1 200 pinguins.
Conhecidos por pinguins-pequenos ou pinguins-azuis pertencem à espécie Eudyptula minor e são comuns em ilhas ao longo do Sul da Austrália e na Nova Zelândia - antes também existiam na costa, mas desapareceram devido à perturbação humana e à mortalidade provocada por cães, gatos e raposas.
O pinguim-pequeno é, como o nome indica, pequenito, com altura média de 33 centímetros, o que faz dele o pinguim mais baixo do mundo.
De volta à ilha, embora existam 1 200 pinguins em liberdade vi apenas um, que descansava à sombra de umas escadas. Geralmente passam o dia no mar em busca de alimento e só regressam a terra ao entardecer, altura em que a ilha já está fechada ao público.
No entanto, há muitos pinguins para ver (mais exactamente, 10) no Discovery Centre, pequeno edifício que funciona como centro de educação ambiental e que acolhe animais incapacitados de viver na Natureza.
É possível que o pinguim que descansava à sombra estivesse a mudar as penas. Durante este período, que dura entre duas e três semanas, estas aves não podem ir à água, pelo que andam esfomeadas e irritadiças. Não é o caso do indivíduo em baixo que, tal como os outros do Discovery Centre, também teve direito ao seu quinhão.
No mar nadam até 8 km numa hora. Por vezes ficam alguns dias na água e afastam-se até 200 km da ilha para procurar alimento. Além de excelentes nadadores são também óptimos mergulhadores: aguentam 5 minutos sem respirar e alcançam profundidades de 60 metros.
Pesam 1,5 kg e vivem 6 a 7 anos na Natureza. Em cativeiro podem viver mais de 20 anos.
A Ilha dos Pinguins (Penguin Island) fica em Rockingham, cerca de 60 km a Sul de Perth, Austrália Ocidental. Os aborígenes descobriram-na há pelo menos 12.000 anos. Hoje, esta pequena ilha com 12,5 hectares é uma reserva natural.
A viagem
A ilha fica a 700 metros do "continente". A viagem de ferry demora 5 minutos. Há quem atravesse a pé, pelo banco de areia, ignorando os cartazes que alertam para o perigo das correntes que já levaram vidas.
O lado Este
Aqui o mar parece uma piscina. As crianças brincam à vontade na água ou no relvado, à sombra das poucas árvores que existem na ilha. O que também não há são cafés ou restaurantes, ou qualquer outra tipo de serviços. Tão pouco existem caixotes do lixo: os visitantes trazem para a ilha tudo o que necessitam para passar o dia e, no final, levam de volta o lixo que produziram.
O lado Oeste
Exposto ao Fremantle Doctor, poucos são os que fazem praia neste lado da ilha.
A ponta Norte e a ponta Sul
A ilha atravessa-se pelo meio. As pontas Norte e Sul são de acesso restrito. A Sul existe uma colónia de cerca de 500 pelicanos; a Norte nidificam várias aves marinhas. Do ponto mais alto vê-se quase toda a ilha. A paisagem é deslumbrante e vale por si só uma visita à Penguin Island. Mas esta ilha tem muitos outros motivos de interesse...
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